19 de julho de 2010

MALA NA MÃO & ASAS PRETAS

Mala na mão &



asas pretas

“A verdade dos deuses

carnais como nós & languidos

não provém do nada

mas do desejo trovejante

do coração partido pelo amor

em sua disparada pelo rosto de um

adolescente

com sua fúria delicada

cruzo avenidas insones & corroídas

de chuva”...

Roberto Piva


abro fogo aos deuses

clamo fótons zoon rápido cortante

& faminto quebro a sombra de inocente

tempero com maldição linhos que tateiam a noite sangrada

de Rimbaud. Artaud me traz uma taça de vinho risos antropológicos

gargalheiam um surto lua que olha assustada

penetro o cu do universo em diáfano silêncio que esquartejo

as nuvens se abrem assustadas numa palavra que

a estrela cadente enforca num significado iconoclasta

a mala na mão &

asas pretas para desafogar a chuva que esfria meus ossos

cheios de petúnias.


Cássio Amaral
16/07/2010.

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