30 de junho de 2011

Peça sobre a obra Todos os cachorros são azuis do Digão (Rodrigo de Souza Leão) no Rio


no rio de janeiro


"Quem não sofre, não vive. Quem vive, come batata frita. O bom é que sempre tem batata frita para aliviar o fardo. Os dias são sempre iguais e vão se repetindo. Ninguém pede licença para entrar na minha vida, mas arruma sempre uma desculpa para sair". [Rodrigo de Souza Leão]


TODOS OS CACHORROS SÃO AZUIS



direção de Michel Bercovitch

Baseado no livro homônimo de Rodrigo de Souza Leão (1965-2009), um dos 50 finalistas do Prêmio Portugal Telecom edição 2009, a peça faz um mergulho na mente complexa do jornalista, escritor e poeta falecido precocemente, aos 43 anos



ESTREIA: dia 9 de julho, às 21h


LOCAL: Teatro Municipal Maria Clara Machado – Planetário da Gávea / RJ



- Rua Padre Leonel Franca 240, Gávea/RJ Tel: 21 2274.7722 (estacionamento no local)


HORÁRIOS: sábado às 21h e domingo às 20h


INGRESSOS: Inteira: R$30,00, R$15,00 (meia entrada) e R$10,00 (classe artística)


CAPACIDADE: 120 lugares DURAÇÃO: 80 min.



CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: 16 anos TEMPORADA: de 10 de julho a 4 de setembro


Todos os cachorros são azuis, uma adaptação teatral do romance homônimo do jornalista, escritor e poeta Rodrigo de Souza Leão (1965-2009), estreia no próximo dia 9 de julho no Teatro Municipal Maria Clara Machado (Planetário da Gávea). A peça tem direção de Michel Bercovitch, e a dramaturgia é realizada por Flavio Pardal, Michel Bercovitch e Ramon Mello, com a colaboração de Manoela Sawitzki. Em cena, cinco atores — Bruna Renha, Camila Rhodi, Gabriel Pardal, Natasha Corbelino e Ramon Mello.


Extremamente inteligente, Rodrigo via a si mesmo com rara lucidez e tinha uma grande necessidade de comunicação com o mundo à sua volta. Essa necessidade, aliada à sua boa formação — era um ávido leitor — o levou a encontrar na escrita uma potente ferramenta para acessar as pessoas e ser compreendido. Todos os cachorros são azuis é um mergulho na mente do jornalista, escritor e poeta Rodrigo de Souza Leão [saiba mais em www.rodrigodesouzaleao.com.br], falecido em 02 de julho de 2009, aos 43 anos, após internação numa clínica psiquiátrica no Rio de Janeiro. Rodrigo sofria de esquizofrenia, mas sua consciência sobre a própria doença o tornava uma figura ímpar entre os seus iguais.

SINOPSE

Baseado em sua história pessoal, um esquizofrênico faz um relato comovente e ao mesmo tempo cheio de humor e autoironia sobre sua trajetória, desde sua internação em um hospício até a sua saída e a fundação de uma nova religião.



A MONTAGEM

Em cena, os cinco atores revelam as múltiplas facetas de um personagem esquizofrênico, inspirado em Rodrigo de Souza Leão. Além do próprio romance, elementos biográficos como poemas, cartas, fotografias de Souza Leão serviram de matéria-prima para construção das personagens. Rui Cortez assina os figurinos e o cenário, este composto por grades modulares que são montadas e desmontadas de diferentes formas, remetendo aos ambientes hospitalar e carcerário. Ajudam a desenhar a cena a iluminação de Tomas Ribas e a direção musical de Rafael Rocha. A direção de movimento é de Paula Maracajá e a preparação vocal de Marly Brito. Elvira Rocha assina a direção de produção.



O PROJETO

O projeto é uma idealização do poeta Ramon Mello, que se encantou com o romance Todos os cachorros são azuis (7Letras, 2008) na época de seu lançamento. Trabalhando como repórter do Portal Literal, Ramon entrevistou Rodrigo [http://www.portalliteral.com.br/artigos/fragmentos-humanos-entrevista-com-rodrigo-de-souza-leao] e, desde então, passou a conversar frequentemente por telefone com o autor. Rodrigo tomou como hábito telefonar para Ramon semanalmente, quintas-feiras às 15h, horário do primeiro encontro.

Entre as conversas sobre literatura, Mello revelou o interesse de adaptar o romance de estreia de Souza Leão para o teatro. Imediatamente, Rodrigo liberou os direitos, enviando uma autorização para viabilizar a produção. No entanto, o projeto só se concretizou com o patrocínio do Oi Futuro, após a morte do autor, em 2009. Com esse recurso foi possível viabilizar o espetáculo e convidar Michel Bercovitch para assinar a direção.

Silvana Guimarães
Fonte: Blog da Germina Literatura







29 de junho de 2011

Maré do Grant


arte ilusão do avesso
trem descarrilhado no bate pronto
mar de faíscas que desfilam
num mosaico
fonte do pranto do tempo calado
no silêncio
náufragos da rota do absurdo
"mundo vasto mundo
meu nome não é raimundo"
é mar que diz onda
no instante profundo
do ocaso.

28 de junho de 2011

ESTE CÃO TEM QUADRO?



Sol que alimenta ginga
Corpo do corpo do texto
anti-texto contexto malhação
da verve que amplia o discurso.
Que discurso?
Nossa política é desfazer-nos
de nós mesmos
diante do compromisso frio
do poder
Kafka cafunga em nossas nucas
quando esse frio diz gelo
no papel em branco
dizer e dizer além das estórias
fazer Histórias
Nosso corpo sai faísca de um
templo no jogo das palavras
que rasga-se
em arte
Estranham-se no vermelho do
néon o grito do inominável
com o urro do idílico?
Cássio Amaral.
28/06/2011.
9:05.


P.s. Tentando comunicar-se com
o texto do blog do Robson Corrêa
de Araújo "Este quadro tem cão"?
A foto aí é do nosso cachorro
Stubbe que faleceu em fevereiro
e da nossa ex vizinha a Pepe.

24 de junho de 2011

ALÉM DO FEIXE DE LUZ A PORTA DA PERCEPÇÃO


Punch de tudo: descompromisso
Ideia: adestrar nuvens
Filosofia: sol além do mar
Arte: Et que veio para terra busncando a lua insana e o sol demente
Signo: uivos setembrinos que urram no signo semântico
Cidade: Sonho que derrete verve
Estado: dionisíaco que bebe um gole com saci
Arquitetura: forma & conteúdo, conteúdo & forma significando
José: As pedras no caminho são pó da nossa poesia
Previdência Social: aposentadoria do beletrismo
Conjugação: rasgar-se a si mesmo
Dialética: Saber que não sabemos nada.

areia traçando momento
tempo transgride
no mar que grita vida

23 de junho de 2011

AREIA NO CLIQUE ASSOMBRA A TARDE



sopra o vento além mar
o rasgo do inefável diz nepotismo barato
nos distúrbios do tempo que acalenta
a falta de juízo & ética


fora da conversa de boteco
máscaras não derretem a impunidade
do nosso país
o girassol me acena no botão que abre
minha sombra assombra
a areia que move ventos de Alighieri
cortando a magia que a partitura do silêncio
toca no reflexo
de um verso.

21 de junho de 2011

Ancestrais


Ouço o som da labuta
e me recuso a abrir os olhos,
crianças ainda dormem.


Foto: Cássio Amaral
Poema: Maeles Geisler

O blog da Maeles está linkado aí a direita.

19 de junho de 2011



folha des
dobra tempo
no compasso
da vida
pegada
 poema

Foto e poema: Cássio Amaral.

18 de junho de 2011

FAÍSCA

 
Música verso
Risco do inominável
No silêncio absoluto
Eternizado
Linguística
...
Língua
Sol na cabeça
Poesia
luz das patavinas
Sentindo
Sentido
Rítmo
Signo
Luz abduzindo
Instante
Sol das palavras
Gozo céu profundo.

Foto e poema : Cássio Amaral.

14 de junho de 2011

O NADA É A POESIA? OU A POESIA É O NADA?


Poesia luta inválida
com todas as palavras
As pessoas são Pessoa
"Lutar com palavras
é a luta mais vã"
Como disse o mestre Drummond
O tiroteio de metáforas
na Tarifa de Embarque
de Wally Salomão
O lance de Dados
de Mallarmé jamais abolirá
o velho sonho
A loucura de Leminski
na faísca do haikai
Bashô zen sensei que diz
Luz além da luz nas costas
da caverna
O crime perfeito na dilaceração
do ser rompendo o grito
do inominável onde a ressaca
são flores azuis vomitadas de deuses satíricos.

Foto e poema: Cássio Amaral.

12 de junho de 2011

A LEVEZA DO CAMINHAR NAS NUVENS

Foto do programa Sangue Latino da TV Cultura de Cássio Amaral.



 Eu quero despir o seu pudor

Na embriaguez do seu suor,

No céu de Vênus

Camuflado e aclamado pelo teu calor,

Quero te extasiar de prazer,

Te fazer relaxar e viajar noutra dimensão

Quando o meu calor pisar o teu corpo

No torpor da explosão do gozo

Nossos corpos cansados virão as estrelas cadentes

E a lua será palco do nosso carinho e amor

E vamos satisfeitos admirar a leveza do caminhar das nuvens.

Do meu primeiro livro LUA INSANA SOL DEMENTE 
2001. 









A LUA INSANA E O SOL DEMENTE



Desenho de Maria Loiola Figueiredo



Os viajantes errantes

Procuram a loucura na doçura

De entender, de ser

Contemplam estrelas cadentes

Reluzentes que caem

O verde de quem espera

O impulso inconseqüente

Do amor que é um pêndulo entre o sabor e a dor,

A busca constante,

O vazio na noite

E o sorriso bobo da inocência

As nuvens transformadas

Em ilusões que criamos

A lua chama,

Aclama para a inspiração,

O sol urgente,

Sorridente,

Tão quente e demente.

 Do meu primeiro livro LUA INSANA SOL DEMENTE
2001.

FASES DA LUA


Desenho de Giovani da Cunha


FASES DA LUA



Lua minguante

O errante

Do meu coração

Precisa de emoção



Lua nova

Na aurora acabe com a solidão

Que existe

No dia-a-dia



Lua crescente

Do céu caem estrelas cadentes

E eu, apenas um lobo

Fico te apreciando



Lua cheia

A sua teia

Fica presa em paixões

Que não queremos, mas nos pegam

E pela noite vou caminhando

Vendo as várias fases da lua.

 Do meu primeiro livro LUA INSANA SOL DEMENTE
2001.

O SOL VAI NASCER


Desenho de Wellington Telly


Para iluminar a escuridão
Ele trará paz,
E acabará com a dor no coração


Nada mais ficará escondido
E você será escolhido
Para habitar um novo mundo
Cheio do azul calmo e sereno

E a vida será pura alegria
Com respeito e compreensão
Não haverá depressão
Apenas amor e harmonia

Não haverá tempo
Porque o vento pode ser rápido ou lento
E tudo é passagem
E você olhará uma bela imagem

Tudo será luz,
E o brilho reluz
A força do altruísmo
E a chegada de um mundo de evolução

Do meu primeiro livro LUA INSANA SOL DEMENTE - 2001.

P.s. Prestem atenção no desenho,
a árvore é uma mão e a montanha é um rosto.

11 de junho de 2011

LIGUE A TOMADA



"Se na cabeça do homem tem um porão, onde mora o instinto e a repressão.
Me diz aí o que tem no sótão?"
Lenine

Não esqueço
Lembro sim
Há entre nós
diferenças & absurdos
Silêncios conclusos que são cala
bocas
Repressão e dilaceração
Sim há entre nós a falta de música
O dizer goela a baixo
Não mastigo essa patavina
Educação é algo além educação
Meu lado zen anda lado Punk
O mar engolirá em 2012 nossas mazelas?
Barra Velha  é peixe que tainha diz vários cifrões
A impunidade aqui é como em Brasília
Pedalo os devaneios quando nuvens suspiram
um destino via Rimbaud
Vamos traficar palavras
em flores de um ikebana?
O brinde é nossa alma
que tenta reluzir
um feixe de Sol.

9 de junho de 2011

NÃO TEM RETICÊNCIAS NO TEXTO


Foto de Robson Corrêa de Araújo

factum foto pra Et

diz o dizer que fala

meu  falo é grande

alimento o inominável

além dor além bojador

pessoa todas as Pessoas

não olham o olhar do fundo

do mar

a pérola  que alimenta não é

só líquida é

língua

aliança perfeita de traços

alemães com japoneses



o circunflexo não sabe que

flashes são substituidos

por flexes



a cagada da vez

é a bola 8 na caçapa do meio

alinhavando o hiado criativo

que a rotina detona na cabeça

do poeta



as contas todas não pagas

os direitos cerceados por calhordas

não impedem o gozo juvenil

o xadrez

o gamão

o zape no truco lá das minhas minas

MINAS SIM SENHOR!



LIBERTAS QUAE SERA TAMEM



"NAVEGAR É PRECISO"



Viver é comer o sal



de todas as palavras



no mais absurdo silêncio

do texto.



Cásssio Amaral.

9/6/2011;

7 de junho de 2011

8 perguntas construtivasdesconstrutivas para Isaias de Faria



1- Nietzche diz que os poetas não tem pudor para com suas aventuras - eles as exploram.

Para que serve a poesia no mundo  contemporâneo?



A poesia serve pra ajudar a formação do sujeito. Temos o dever de vir a mais ser, como nos fala o Henrique C. de Lima Vaz. Agora o poeta realmente às vezes não mede as conseqüências de suas aventuras (hahahaha). Isso é bom.


2- Qual a função da arte?



A arte é algo que não precisa ter uma função prática. Ela não precisa dar sentidos as coisas “úteis” do mundo.


3- A linguagem da Fotografia tem a ver com Poesia? Por quê?



 Claro. Elas se aproximam por querer mostrar os objetos diferentes do que estamos acostumados a ver.



 4- Quando Louis Jacques Mandé Daguerre  e seu sócio Nicéphore Niépce começaram a fotografia  talvez não imaginaram a importância que ela teria hoje.

Qual a importância da fotografia para o mundo?



 A importância da fotografia antes de tudo é fazer o registro. A nossa evolução intelectual traz junto reflexões e cria conceitos. A fotografia artística adapta a técnica dos registros aos conceitos e reflexões.


5- Na sua opinião a Filosofia está na fotografia e na poesia?



No caso do poeta, depende do interesse de seu interesse. Se o poeta tiver uma formação pra isso (independente de “academicismos”, ele pode fazer com que seu poema fique bem filosófico. Mas a fotografia não. A filosofia tal qual eu admito, necessita de discurso, de retórica junto a sua análise minuciosa.





6- O que te chama atenção na Filosofia?



Seu questionamento do que nos é dado como final. Isso de acharmos que sabemos tudo, aí ela vem e tira o tapete.







7- Quando você começou a produzir arte? Quais suas influências?



Comecei a tentar escrever poesia depois de ter contato com os poemas de Paulo Leminski e Augusto dos Anjos. Achei aquilo fantástico. Então fui tentar criar algo. A fotografia foi depois de ver imagens de Henri Cartier-Bresson  , Robert Capa, e aquela fotografia preto e branca, com grande contraste, e pela técnica do “momento decisivo”.





8- Isaias de Faria por ele mesmo.



Essa eu posso dizer do que não gosto? Não gosto de arrogância. Não gosto de falta de respeito ao próximo. Não gosto de guerras e de egoísmo.




6 de junho de 2011

FORMIGOVISKI


 rastros do poema
trabalho de formiga
alinhavando contexto

4 de junho de 2011

PIGS ON THE WING


Porcos no poder
Indústria escraviza
Superficial domina o mundo

Sábado frio
Noite que chega  sorrateira
O mar revolto traz  contos a esmo

Talvez a moça do brinco de pérolas
Salve a poesia na sombra
da luz.

Poseidon revoltado


Poseidon passou por aqui
A ressaca não teve cerveja
mar vomitando escombros 

passantes & passageiros



rugas do tempo
arquivos  memórias
anos  passam...

a boca sempre mata


Olhe o olho esquerdo há uma luz
que vê além extra terrena
uma síntese que a bolsa verde desfaz atrás
de mim quando as flores de Baudelaire
morrem nas noites incautas
vampiros devem andar por aí
mas os crisântemos nascem na minha rua
chave do carro em cima da mesa
o peixe morre pela boca sim
morremos todos pela boca
comemos formiga
as formigas comem nossa boca
tudo que se cria tem o professor Dilma ?
a boca é o princípio de tudo
sorriso
beijo
chupada
boca a boca para salvar o tempo
de amanho onde um país
de bananas chamado Brasil
ainda não reconhece
a importância da Educação
enquanto isso vou ali passar um
café , depois na caixa econômica
e parar na banca  do Chicão
para comprar da L & PM POCKET
"AS VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA LATINA"

1 de junho de 2011

I


ET
EXTRA CLASSE
VERDE SOMBRA PASSE

II


sombra de marte
desasombra fissura
da arte

III


verde confunde sombra
arte desatina
fotografia assombra