20 de outubro de 2015

PEDALANDO NO TEMPO

O menino tinha uma bicicleta.
Ele andava de cueca e montava sua bicicleta vermelha.
Era inquieto na rua, brincava com outros meninos.
Um dia deixou a Rua do Ouro no centro da cidade, onde morava perto de um jardim e ali se divertia com seus  amigos Adriano, Guilherme e Paulinho jogando futebol de manhã. De tarde ia para o colégio Delfim Moreira. Ali fez as primeiras séries. E se apaixonou por Renata, sua primeira paixão. Um dia a beijou e  pensou que isso era felicidade. Isso aos sete anos de idade.
O menino cresceu e além de  gostar de bicicletas começou a jogar futebol. Era bom de bola, tanto no futsal quanto no futebol de campo no Polivalente onde fez da 5ª a 8ª séries. Mais tarde se apaixonou de novo, fez o segundo grau e no Goiás ajudou seu tio a imprimir um jornal. Depois voltou a Minas e novamente à Brasília. Parou de jogar bola, de fazer gols, se aproximou mais da literatura.... Trabalhou na Fininvest filial Brasília. E pedalou pelas ruas de Brasília em sua caloi também. Voltou a Minas de novo. Se enveredou  pela poesia, pela História, Filosofia e Sociologia. Seus versos começaram a ganhar forma, hora forma apagada e discreta, inocente, pueril e romântica. Hora forma já embasada com leitura de poetas  francês, brasileiros, ingleses, japoneses como Bashô. Virou professor porque achou que faria um bem a si mesmo ensinando e aprendendo com o aluno, o estudantes ás vezes o ensinando mais que ele em suas aulas. Em suas andanças  na solidão pediu a Deus pra colocar em sua vida uma pessoa. Uma esposa. Ela apareceu, foi tudo rápido e intenso. Lá e cá, uma junção em todos os sentidos. Até que a vontade acabou... Até que o amor se foi calado , tão desesperado e nem avisou. Até que tudo se passa de um passado que é hoje tanto hoje para hontem... Passou...

Até que o vento de Rimbaud vire a página da gratidão e veja que o maior poema é um ser que me faz rir em sua companhia. Um ser que é fruto do amor. Que é o meu amor. 

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